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Por que a educação na Finlândia é padrão de excelência mundial?

Entender como a educação de um país o levou a ser um dos protagonistas no ranking de desenvolvimento humano foi um dos temas de encontro que levou InterGroup à Finlândia

Tornar-se referência em algo é sinal de um trabalho intenso e progressivo. Um exemplo disso é o sistema educacional Finlandês, famoso pela qualidade do ensino e que há anos é figura certa no topo dos rankings internacionais de educação.

Mas o que faz o país localizado ao norte do continente europeu referência neste setor? Responder essa questão foi um dos principais objetivos do Regional Meeting of the Honorary Consuls of Finland in Latin America, encontro que aconteceu no final do último mês de maio na capital do país europeu e reuniu cônsules honorários dos países latinos americanos que representam a Finlândia.



Presidente da Finlândia Sauli Niinistö, o Embaixador da Finlândia, Jouko Leinonen e Cônsules Honorários que representam o país no Brasil.

Representante do Paraná, o professor e Chief Academic Officer - CAO do InterGroup, Carlos Eduardo Athayde Guimarães participou do evento, que promoveu a troca de conhecimentos e maior aprofundamento em temáticas atuais, como por exemplo, o modelo educacional finlandês e como ele pode ser aplicado nos demais países, entendendo o que levou a excelência nesse setor base.

Antes de tudo, é preciso entender algumas características desta nação, que conquistou sua independência da Rússia há apenas pouco mais de 100 anos. A Finlândia, inicialmente era um país de economia essencialmente agrária, com pouca industrialização e considerado um país pobre em relação aos vizinhos europeus. No início dos anos 1970 a história começou a mudar com a decisão governamental de proporcionar ensino de qualidade a todas as crianças finlandesas.

Com a abertura de novas escolas e incentivo democrático a educação houve a  promoção do desenvolvimento social como um todo, refletindo em sua economia e na qualidade de vida de seus habitantes. Hoje, por exemplo, o país ocupa a 15ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com 0.920, sendo um dos 59 países a fazerem parte da categoria de “muito alto desenvolvimento humano”.

O acesso e inclusão dos habitantes à educação é o primeiro aspecto que caracteriza o sistema educacional finlandês, onde independente da origem parte-se das mesmas condições. Os cidadãos finlandeses têm acesso a educação pública da pré-escola ao ensino universitário.

Outro ponto fundamental na consolidação da excelência educacional do país é a política de valorização dos professores. Salários e condições dignas de trabalho são motivações encontradas pelos profissionais do ensino.

Além disso, possuem plano de carreira para que cresçam e evoluam na profissão, que tornou-se concorrida e que exige alta qualificação para a atuação, como por exemplo, a necessidade do mestrado como qualificação básica para dar aulas e a formação contínua destes profissionais.

Até mesmo dentro das próprias universidades do país são ofertados cursos de formação de professores para estimular o interesse dos alunos pela docência das mais variadas áreas.

O terceiro aspecto principal que caracteriza o ensino finlandês é a disrupção de seus processos educacionais. As escolas e universidades possuem liberdade para seguirem seus planos e diretrizes curriculares, com cargas horárias e turmas reduzidas e não se prendendo em avaliações e provas.  

A ideia do ensino do país é estimular o prazer de aprender. Os alunos são incentivados a serem autônomos em seus raciocínios com debates sobre os conteúdos e a prática de projetos  multidisciplinares - que juntos promovem a melhor absorção do conhecimento.

São oferecidas também aulas de inovação e empreendedorismo, além de acompanhamento individualizado de cada aluno, seja pela presença de professores assistentes que contribuem com a resolução de dúvidas ou com o acompanhamento de pedagogos e psicólogos dentro das instituições de ensino.

Todos esses aspectos fizeram da Finlândia um país referência educacional, modelo no mundo todo graças ao seu incentivo ao bem-estar social e a práticas inovadoras de gestão educacional e pedagógica.